Debalde o tom solene sombrio que assiste a um requiem que por esta época se pretende pôr um pouco de lado (mas vistas bem as coisas, um requiem até é adequado ao fim do Ano Velho), a verdade é que gosto mesmo muito desta passagem do Requiem de Mozart, a "Lacrimosa". A versão que fui ali ao YouTube pescar é muito boa.
Gostei tanto que roubei e repostei aqui.
Assim já quase a fechar o ano, um grande post do "Val", do "Aspirina B":
Portugal é um país de cobardes. O medo bebe-se no berço pelas palavras das mulheres e silêncios dos homens. O povo tem medo dos senhores, as oligarquias têm medo do povoléu. Medo de existir, disse alguém que anos depois estava do lado dos apavorados. Medo de Salazar, medo dos comunas, medo do patrão, medo do vizinho, medo de errar, medo de perder. Portugal só se liberta no exílio, só se encontra na terra estrangeira; nesse ultramar e nesses trópicos onde, finalmente, vive à solta.
Em 2009, 35 anos depois do 25 de Abril, um partido político com ambição de governar fez da promoção do medo a sua estratégia principal para as eleições. Os chefes deste partido chegaram ao ponto de lançar a suspeita de estarem a ser escutados pelas autoridades só porque eram da oposição. Foram mais longe: disseram que os portugueses já não podiam confiar no Estado, pois este podia estar a violar a sua correspondência, a persegui-los no trabalho e nos negócios, a tirar-lhes o direito à manifestação e reivindicação. Isto foi feito enquanto esse difamado Estado violava as comunicações privadas do Primeiro-Ministro e o acusava de um crime inexistente com base nessa inaudita violação. Os mesmos que exultaram com as pulhices criadas para atacar Sócrates, Governo e PS são os mesmos que continuam a promover a irracionalidade do medo como manifestação do seu ressabiamento ou da sua cobardia; talvez das duas condições em simultâneo.
Veja-se o ridículo a que a união nacional dos ranhosos com os imbecis consegue chegar. Contudo, isto de ter medo da liberdade de expressão, vindo de quem vem, faz todo o sentido. Uma coisa é certa: não foi com este sangue, aguado e anémico, que Portugal se valeu nos primeiros séculos da sua História
O Natal já era, que venha o Ano Novo, então.
O Pai Natal / Menino Jesus foram amigos?
Para mim sim; o Pai e a Mãe e a Mana e o Cunhado foram muito amigos. E a família de amigos também.
Não falo apenas dos bens materiais trocados, que foram gnerosos, à medida do que podemos e queremos dar. Sabem bem, mas s\ão coisa menor e são apenas posses materiais. Falo principalmente do reforço dos laços que nos unem, que a época é especialmente boa para isso e é o que o Natal acima de tudo deve significar. Mesmo para quem, como eu, não partilha da fé dos crentes.
Finda 2009, começa 2010, o vinte dez. Acabou-se a década dos 00.
Planos? Contem-me tudo!
Eu pretendo continuar o "trabalho" desenvolvido e criar condições de sustentabilidade das metas entretanto alcançadas. E prosseguir com o meu plano estratégico de desenvolvimento pessoal, ainda faltam alguns objectivos que quero alcançar.
E tentar deixar-me levar mais pelo Desconhecido, ter menos receio (medo) de me expôr, de me dar a conhecer. Parece-me um bom plano.
Ando desafiado
Desta vez foi a simpática Gema que me pôs o repto de nomear 5 manias/vícios/pancas e afins que me assombrem ou não.
Assim sendo e fazendo disto aqui um confessionário assim ao tipo Big Breda, aqui vai.
1. Sou ligeiramente obsessivo-compulsivo, mas só ligeiramente, mas chega para irritar algumas pessoas , principalmente a minha irmã - arrumo compulsivamente as toalhas de papel nas mesas de café/tasco/casa de pasto ou similar. Têm de ficar alinhadas com a mesa e entre elas. Os talheres também. E o resto. Revelo alguns sintomas muito incipientes com outras coisas mas nada que atrapalhe.
2. Falo demais em "ocasiões sociais" - tenho opinião sobre tudo - tanto que muitas vezes não deixo mais ninguém falar. Está a ficar pior com a idade. E piora ainda mais quando estou ansioso/aborrecido/intimidado/inseguro. Já me trouxe alguns dissabores. Tenho de fazer um esforço considerável para me controlar.
3. Não gosto de me ver reflectido em espelhos ou outras superfícies reflectoras. E também não gosto nada de me ver em fotografias. Evito uns e outros activamente; quase não tiro fotos minhas e não fico com quase nenhuma que alguém, numa festa p. ex., me tire. E nas montras da rua ou nas janelas dos carros, chego a virar a cara ou olho para o chão. Sou muito bom a evitar ver o meu reflexo e imagem.
4. Quase sempre que entro num sítio novo ou pouco familiar começo logo por identificar e memorizar as saídas de emergência, perceber o sentido e modo de abertura das portas, localizar os extintores - inclusive tento verificar se estão dentro do prazo de revisão -, bocas-de-incêndio, botões de alarme e por aí. Pode ser defeito profissional, ou então não. Desde pequenino que sou assim "cauteloso" (mais cagãozinho, digo eu).
5. Tenho uma péssima memória para os nomes das pessoas. Tão má que que chega a ser rude. Podem-me apresentar alguém que no minuto seguinte vou-lhe perguntar o nome outra vez. E mais outra e ainda outra. E da próxima vez que a encontrar vai ser assim.
O desafio lanço-o a quem se sentir capaz de o responder.
Agora mais a sério
Transcrevo na íntegra o post da Palmira F. Silva, no Jugular. Sigam também os linques, para perceberem bem o assunto.
Este texto expressa muito daquilo em que eu acredito, dai achar oportuna a sua republicação aqui no meu canto
Uma das coisas que sempre me intrigou na maioria dos crentes é a a sua total insensibilidade em relação aos outros, quando esses outros não partilham as suas crenças. Essa insensibilidade, aliada a um sentimento de superioridade moral, traduz-se não só no que já discuti no «Divine Impulses», uma incapacidade em perceber os outros, como por vezes provoca atitudes desumanas em pessoas que de outro modo não as teriam.
Esse sentimento de superioridade moral impede-os de perceber que comportamentos «claramente imorais» para a sua religião - usar preservativo como forma de prevenção da SIDA ou o controle da fertilidade, por exemplo -, não o são para mim nem para a esmagadora maioria das pessoas. Ou que outros comportamentos que as religiões afirmam imorais são na realidade amorais, isto é, a moral só começa quando os nossos comportamentos afectam outros agentes moralmente relevantes. Quando não interagimos com nenhum outro agente moral, nenhum dos nossos actos tem qualquer relevância moral.
Por outro lado, contrariamente ao que pensam os muitos que querem impor uma moral baseada na fé, a moral religiosa não é universal. Uma moral universal resulta directamente de princípios que todos aceitam, o que está muito longe de ser verdade em relação aos ditames, ou antes, bananas, de qualquer religião. Impor uma moral ou comportamentos religiosos é assim imoral, precisamente porque resultam directamente de crenças que nem todos partilham. E não, não estou a falar no assunto que inflama a blogosfera nacional, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas noutro que faz o mesmo na blogosfera cristã britânica.
O tema em apreço tem a ver exactamente com a insensibilidade em relação aos outros que referi, com a incapacidade de perceber que algo que para um crente é não só moral como mandatório fazer pode ser muito cruel para quem não se revê nas suas crenças. Neste caso, uma professora de um serviço que disponibiliza ensino a crianças demasiado doentes para irem à escola, clama ter sido «perseguida» devido à sua religião por ter sido aberto um inquérito à sua actuação depois de os pais de uma aluna se terem queixado às autoridades competentes.
Segundo as carpiduras da professora, ecoadas numa onda de vitimização ululante em inúmeros blogs e media tradicionais, foi suspensa (e não despedida como o coro de lamentações carpe) por ter partilhado a sua crença em milagres e num deus pessoal que salva os aflitos com a aluna de 14 anos com leucemia a quem supostamente deveria ensinar matemática.
De acordo com os pais, que aparentemente se maçaram de ser descritos como os maus da fita, Olive Jones, a professora de matemática em questão, mesmo depois de saber que o seu proselitismo era traumático para a aluna e mesmo depois de repetidos pedidos da família para deixar de pregar, insistia em evangelizar a adolescente, fosse para a «consolar» da morte de uma amiga - que estava num lugar «melhor - fosse para a convencer a rezar.
Há algum tempo, vi-me numa situação muito parecida com a de Paddy e Stephanie Lynch, embora no meu caso a minha filha estivesse num hospital público e fosse o capelão do hospital de Santa Maria quem, apesar dos meus repetidos e encarecidos pedidos para deixar de me melgar, me admoestava para rezar e me arrepender do «pecado» da falta de fé e me avisava dos castigos que essa falta de fé acarretaria para as minhas filhas. Percebo perfeitamente que a situação fosse insuportável para a família inglesa e que esta pedisse ao referido serviço para deixar de enviar a professora em questão a sua casa. Assim como percebo, quando recordo a incompreensão misturada com acusação estampadas no rosto daqueles a quem me queixei do comportamento do padre, as reacções que o pedido dos pais e a posterior suspensão da professora suscitaram entre os crentes. Mas quiçá fosse boa ideia todos aqueles que se queixam da perseguição do «politicamente correcto» que os impede de evangelizar não crentes em situações complicadas, pensassem na perseguição cerrada que fazem a esses não crentes e tentassem perceber o efeito que neles provocam. Se isso for de todo impossível, pelo menos seria importante que reflectissem nas palavras da responsável do serviço que suspendeu a professora:
«Para algumas pessoas de fé, a oração é parte integral do apoio que prestam a um indíviduo ou família. Mas para professores e tutores, cujo papel principal é fornecer apoio educacional, as mundivisões dos pais e estudantes envolvidos devem ser igualmente respeitadas. É aceitável oferecer orações mas não é aceitável impô-las contra a vontade da família».
O tema em apreço tem a ver exactamente com a insensibilidade em relação aos outros que referi, com a incapacidade de perceber que algo que para um crente é não só moral como mandatório fazer pode ser muito cruel para quem não se revê nas suas crenças. Neste caso, uma professora de um serviço que disponibiliza ensino a crianças demasiado doentes para irem à escola, clama ter sido «perseguida» devido à sua religião por ter sido aberto um inquérito à sua actuação depois de os pais de uma aluna se terem queixado às autoridades competentes.
Segundo as carpiduras da professora, ecoadas numa onda de vitimização ululante em inúmeros blogs e media tradicionais, foi suspensa (e não despedida como o coro de lamentações carpe) por ter partilhado a sua crença em milagres e num deus pessoal que salva os aflitos com a aluna de 14 anos com leucemia a quem supostamente deveria ensinar matemática.
De acordo com os pais, que aparentemente se maçaram de ser descritos como os maus da fita, Olive Jones, a professora de matemática em questão, mesmo depois de saber que o seu proselitismo era traumático para a aluna e mesmo depois de repetidos pedidos da família para deixar de pregar, insistia em evangelizar a adolescente, fosse para a «consolar» da morte de uma amiga - que estava num lugar «melhor - fosse para a convencer a rezar.
Há algum tempo, vi-me numa situação muito parecida com a de Paddy e Stephanie Lynch, embora no meu caso a minha filha estivesse num hospital público e fosse o capelão do hospital de Santa Maria quem, apesar dos meus repetidos e encarecidos pedidos para deixar de me melgar, me admoestava para rezar e me arrepender do «pecado» da falta de fé e me avisava dos castigos que essa falta de fé acarretaria para as minhas filhas. Percebo perfeitamente que a situação fosse insuportável para a família inglesa e que esta pedisse ao referido serviço para deixar de enviar a professora em questão a sua casa. Assim como percebo, quando recordo a incompreensão misturada com acusação estampadas no rosto daqueles a quem me queixei do comportamento do padre, as reacções que o pedido dos pais e a posterior suspensão da professora suscitaram entre os crentes. Mas quiçá fosse boa ideia todos aqueles que se queixam da perseguição do «politicamente correcto» que os impede de evangelizar não crentes em situações complicadas, pensassem na perseguição cerrada que fazem a esses não crentes e tentassem perceber o efeito que neles provocam. Se isso for de todo impossível, pelo menos seria importante que reflectissem nas palavras da responsável do serviço que suspendeu a professora:
«Para algumas pessoas de fé, a oração é parte integral do apoio que prestam a um indíviduo ou família. Mas para professores e tutores, cujo papel principal é fornecer apoio educacional, as mundivisões dos pais e estudantes envolvidos devem ser igualmente respeitadas. É aceitável oferecer orações mas não é aceitável impô-las contra a vontade da família».
O Caminhante
Caminhava com um sentido de propósito estampado no rosto e materializado no passo estugado, caminhava como se procurasse o sentido e o significado da Vida, do Universo e de Tudo!
Caminhou toda a tarde, incansável, imparável…
Regressou a casa, já de noite, ligou a televisão. Viu o Reality-show-concurso-de-cantigas-qualquer-merda-do-género.
Desinteressou-se e foi dormir. Não jantou… "Amanhã é outro dia!".
Amanhã talvez encontre o que procura tão afincadamente.
Se não chover...
Caminhou toda a tarde, incansável, imparável…
Regressou a casa, já de noite, ligou a televisão. Viu o Reality-show-concurso-de-cantigas-qualquer-merda-do-género.
Desinteressou-se e foi dormir. Não jantou… "Amanhã é outro dia!".
Amanhã talvez encontre o que procura tão afincadamente.
Se não chover...
E este tem feito demasiado sentido há demasiado tempo
Hoje acordei nostálgico de ti.
Daquilo que não somos,
Do que nunca tivemos.
Talvez nem seja de ti
Na verdade.
Sou apenas eu, nostálgico.
De algo que foi,
Do alguém que fui,
Do que cheguei a ser,
Da ilusão de não estar só,
Dessa doce mentira.
Acordei nostálgico...
Do olhar enlevado,
Deslumbrado,
Pousado nos olhos
De alguém.
Saudades
De partilhar
As alegrias,
As tristezas,
Os momentos
Insignificantes,
Grandes.
Nostalgia
Das loucuras audazes,
Momentos irrepetíveis.
Nostalgia
Dos abraços,
Da mão na mão,
De um beijo de amor,
Profundo,
Sentido.
Saudades
De alguém
Aconchegado em mim,
Almas e corpos nus,
Despidos do mundo,
Longe de tudo,
Longe de todos.
Nostálgico
De dizer
Pela enésima vez
O quanto gosto de ti,
O quanto te amo,
Como se fosse possível
Existir tal medida…
Hoje acordei assim,
Nostálgico,
Só.
Daquilo que não somos,
Do que nunca tivemos.
Talvez nem seja de ti
Na verdade.
Sou apenas eu, nostálgico.
De algo que foi,
Do alguém que fui,
Do que cheguei a ser,
Da ilusão de não estar só,
Dessa doce mentira.
Acordei nostálgico...
Do olhar enlevado,
Deslumbrado,
Pousado nos olhos
De alguém.
Saudades
De partilhar
As alegrias,
As tristezas,
Os momentos
Insignificantes,
Grandes.
Nostalgia
Das loucuras audazes,
Momentos irrepetíveis.
Nostalgia
Dos abraços,
Da mão na mão,
De um beijo de amor,
Profundo,
Sentido.
Saudades
De alguém
Aconchegado em mim,
Almas e corpos nus,
Despidos do mundo,
Longe de tudo,
Longe de todos.
Nostálgico
De dizer
Pela enésima vez
O quanto gosto de ti,
O quanto te amo,
Como se fosse possível
Existir tal medida…
Hoje acordei assim,
Nostálgico,
Só.
Isto hoje não faz assim tanto sentido mas já fez e eu resolvi postar isto na mesma
Porque posso, porque quero, porque fui eu quem escreveu.
AMOR…
O Santo Graal!
O estado de graça,
Nirvana na Terra,
Suprema iluminação,
A grande interrogação!
Desconhecido,
Sonhado,
Maltratado,
Mal-amado…
Coitado.
AMOR…
O Santo Graal!
O estado de graça,
Nirvana na Terra,
Suprema iluminação,
A grande interrogação!
Desconhecido,
Sonhado,
Maltratado,
Mal-amado…
Coitado.
Isto hoje faz todo o sentido
George: Well, I'll never meet anyone else again.
Jerry: Probably not.
George: Meeting is hard.
Jerry: Meeting is hard. Why can't you meet?
George: Can't meet. Why is that?
Jerry: This is what single people are thinking about the minute they wake up in the morning. And yet we're surrounded by people. They're right next to us on the bus, on the street. But we can't meet them.
George: Why won't they meet us?
Jerry: Because strangers have a bad reputation.
George: A few bad strangers that ruined it for the rest of us.
in Seinfeld (um episódio qualquer)
Jerry: Probably not.
George: Meeting is hard.
Jerry: Meeting is hard. Why can't you meet?
George: Can't meet. Why is that?
Jerry: This is what single people are thinking about the minute they wake up in the morning. And yet we're surrounded by people. They're right next to us on the bus, on the street. But we can't meet them.
George: Why won't they meet us?
Jerry: Because strangers have a bad reputation.
George: A few bad strangers that ruined it for the rest of us.
in Seinfeld (um episódio qualquer)
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