Estado de espírito presente e cenas de uma luta de classes contemporânea

Profundamente enfadado, aborrecido.
Salva-se a calmaria de hoje, sonolenta, aqui no escritório.
No entanto, lá fora, parece que não há choque petrolífero à vista, o trânsito é abudante e contínuo e está assim desde de manhã.
E há Metro e autocarros com alguma qualidade de serviço. Mas estes passam a meia capacidade e pouca gente anda a pé.

Aparentemente há um lock-out qualquer dos caminhoneiros e que só não é um lock-out porque senão era ilegal mas também se dá o caso de não ser uma greve dos motoristas. Mas estes agem como se fosse, formando piquetes e caçando os fura-wtf? que não consigo perceber bem o que é - quer dizer, é um protesto, pronto, mas enfim, a natureza é pouco clara e as motivações um tanto obscurecidas passe a mensagem clara. No fundo é uma greve paga pelo Patronato. O país percorreu um longo caminho!

Não tarda nada temos a CIP e a CAP e a congénero do Comércio, que nem sei ao certo se há, a participar na festa do Avante em Setembro, assim todos juntos de mãos dadas, Patrões e Proletários. Que os Trabalhadores não inseridos nesta última classe, esses lixam-se e trabalham que não temos outro remédio.

Somos os enjeitados da Luta de Classes (fazem aqui falta o Neto e o Falâncio - kiri kiri kirikiriri...), nós aqueles que estamos no Meio.
Não somos Patrões mas os Proletários acham-nos traidores e "feitos" com eles.
Não somos Proletários mas os Patrões olham para nós do mesmo modo, como um "recurso" (que na verdade todos somos).
Se trabalharmos por conta própria - free-lancers, consultores e quejandos - somos na mesma mal vistos por todos
Já quase me apetece quase citar, ainda que descontextualizado do original, um frase do mui excelente "Fight Club", dita pelo Tyler Durden:
We're the all-singing, all-dancing crap of the world!

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