Estão aqui no escritório 22ºC e o mulherio treme de frio! Estou em mangas de camisa, a fungar ranho em profusão e com os olhos secos e comichosos do ar quente que sopra do aparelho de ar condicionado...
Aproveitei uma ausência do gajedo e desliguei o dito (e também pus a temperatura um pouco mais abaixo, estava para os 25ºC - estas gajas passam-se). Vamos a ver quanto tempo se passa sem que elas notem o meu pobre e desajeitado estratagema.
O ambiente de trabalho "feminino" é algo que só imaginava ser possível de uma mente tortuosa e inundada de drogas de uma argumentista frígida de "sitcoms" estafadas e previsíveis.
São muito "amigas" umas das outras!!! Chamam-se "princesa" e "minha linda" sei lá que mais adjectivos "fofos" e "queridos"... o que é certo é que já ouvi uma e outra a cortar na casaca de terceiras - confesso que aproveitei a vantagem de não saberem que eu estava por perto e a ouvi-las. E digo-vos que a coisa era feia! Baixa, rasteira mesmo. Mas "pela frente" é tudo "olá princesa" e "minha fofa" e uma grande e idílica amizade. E quando em assomos de “amor fraternal” se põem a "falar bebé", ou lá o raio que parta que se chama “falale axim”, umas para as outras é insuportável.
Mas mau mesmo é quando o galinhame dos gabinetes próximos se junta aqui ao deste sala e a conversa é só “assuntos femininos” – de gravidezes a depilações passando por doenças diversas – sempre com grande detalhe verbal, quase gráfico. É uma tortura de quebrar qualquer gajo, para além de poder causar danos irreversíveis nos ouvidos tal é o volume do cacarejar incessante. Deviam pensar nisso para Guantanamo e demais prisões semelhantes - sempre podiam alegar que tratam tão bem aqueles prisioneiros que até os estão a reintegrar na sociedade pondo-os a trabalhar em serviços administrativos e em ambientes "equitativos". Muitos não durariam uma semana. Confessariam o que quer que fosse e por escrito, implorando misericórdia e uma bala na cabeça.
Ainda bem que hoje é sexta-feira!
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