Resolução de Primavera

Tenho feito deste blogue mais vezes um muro de lamentações torpes e repetitivas do que outra coisa qualquer, com a excepção das repostagens de coisas que vejo por aí nas "interwebs" . Constato adicionalmente que também tenho sido demasiado enviesado no tema dessas lamentações. E como em todos os enviesamentos, estou a ser injusto com muita gente. O que está feito, está feito e postado e não me apetece andar a catar o blogue à procura de endireitar o que está torto. Para além de dar demasiado trabalho, não faz o meu género.

Quero com isto dizer que, debalde o seu nome/título, esta coisa tem sido um amplificador do meu negativismo, da minha visão do mundo com as lentes mais escuras que consigo arranjar. Isto não é modo de estar na vida. Estou farto, cansado, saturado de ser o meu maior inimigo. Estou farto, cansado, saturado deste modo de estar que eu sei que é a grande fonte da minha insatisfação e barreira à possibilidade de me sentir mais feliz. Mudar é extremamente difícil e penoso, custa muito tempo e energia. Mais ainda custa a sua sustentabilidade, mas porra, já não dá ser assim o peixe-frio... não dá, tenho a vida em suspenso há demasiado tempo.

Vou por isso arriscar! Vou arriscar ser positivo mesmo correndo o risco de as eventuais desilusões doerem mais, mas que se dane, as crises agudas custam a passar mas não permanecem, são passageiras e no fundo melhores que as dores crónicas a que me submeto. Vou procurar activamente sair da muralha, despir a armadura e a cota de malha e a máscara, são pesadas e atrasam-me no caminho.  Vou mostrar mais vezes às pessoas de quem gosto porque é que gosto delas. Vou dizer mais vezes a esta ou aquela mulher que me agradam, sem medo que me rejeitem... afinal de contas se o fizerem continuo como estou, o risco é de facto mínimo. E vou procurar estar mais atento às manhas da depressão, do pessimismo e do atavismo e confusão que insistem em me estorvar e transtornar e que volta e meia ainda "me apanham na curva".

I shall prevail!


Genial

Tenho andado um pouco obcecado com este tipos

Earthless... as musiquinhas deles têm 20 min. disto (em 3 partes):








Homenagem à minha mãe e ao meu pai I

Obrigado por não me terem criado como um totó choramingas que não se consegue fazer valer. Aqui agradeço especialmente à minha mãe. 
O mundo odeia totós e é implacável com eles. Foi muito importante, enquanto adolescente, saber que tinha de resolver os incómodos e outros diferendos com a restante comunidade da hormonas aos saltos, sozinho. Tornei-me mais forte, independente e esperto e acima de tudo aprendi a socializar-me com muito mais habilidade.

Isto é puro sexo em forma de música

Sexo demorado, tenso, intenso... pqp, esta deve ser das melhores músicas para a coisa feita nos últimos anos!!!

Pseudo Haiku (self repost)

Nuvens que passam
A correr, no céu azul,
Atrás de sonhos

Agridoce

Recordações agridoces assaltam-me
Num assomo de nostalgia e alívio.
Recordações de um tempo ainda inocente.
De um tempo difuso, confuso e doloroso,
De descoberta do mundo a toda e volta.
Das emoções extremadas, alternadas.
Recordações de um tempo de ideais,
Do tempo em que mudámos o mundo,
Em que virámos tudo do avesso, em tumulto,
Num grito desesperado de angustia e raiva
De dor e frustração, de tudo e de nada.
Recordações enevoadas desse tempo
Em que vagueámos por aí, perdidos, audazes,
Ao sabor das marés dos sentidos e emoções
Tentando encontrar um farol que nos guiasse,
Tentando encontrar uma referência, um algo,
Que nos indicasse qual o caminho a seguir,
Qual o rumo certo a tomar sem sobressaltos.
O tempo passou e seguimos viagem
Apalpando terreno e escolhendo por onde ir.
Tantas vezes ao acaso, tantas vezes sabendo
Qual a vereda a tomar, seguros de nós.
No caminho perdemos a inocência
E o mundo ficou mais feio e sem magia.
E tornou-se nosso para o desfrutarmos,
Para chegarmos a algum lugar, um qualquer
Onde finalmente aportamos e reparamos
Os estragos da viagem feita até ali,
Nostálgicos do que ficou para trás
Preparando-nos para seguir continuando
A nossa viagem até ao fim, até um fim
Um qualquer que seja, quando for que seja.