Tenho andado um pouco obcecado com este tipos
Homenagem à minha mãe e ao meu pai I
Isto é puro sexo em forma de música
Agridoce
Num assomo de nostalgia e alívio.
Recordações de um tempo ainda inocente.
De um tempo difuso, confuso e doloroso,
De descoberta do mundo a toda e volta.
Das emoções extremadas, alternadas.
Recordações de um tempo de ideais,
Do tempo em que mudámos o mundo,
Em que virámos tudo do avesso, em tumulto,
Num grito desesperado de angustia e raiva
De dor e frustração, de tudo e de nada.
Recordações enevoadas desse tempo
Em que vagueámos por aí, perdidos, audazes,
Ao sabor das marés dos sentidos e emoções
Tentando encontrar um farol que nos guiasse,
Tentando encontrar uma referência, um algo,
Que nos indicasse qual o caminho a seguir,
Qual o rumo certo a tomar sem sobressaltos.
O tempo passou e seguimos viagem
Apalpando terreno e escolhendo por onde ir.
Tantas vezes ao acaso, tantas vezes sabendo
Qual a vereda a tomar, seguros de nós.
No caminho perdemos a inocência
E o mundo ficou mais feio e sem magia.
E tornou-se nosso para o desfrutarmos,
Para chegarmos a algum lugar, um qualquer
Onde finalmente aportamos e reparamos
Os estragos da viagem feita até ali,
Nostálgicos do que ficou para trás
Preparando-nos para seguir continuando
A nossa viagem até ao fim, até um fim
Um qualquer que seja, quando for que seja.
Here's something I don't say to anyone in a way too long time :(
ARRAZOADO
Estado de espírito presente
Deixei que a Confusão se instalasse de novo.
Há muitas coisas a decorrer neste momento e muitas outras a iniciar. Preciso de me organizar
Dá trabalho, consome muita energia e pode ser moroso. E eu sinto-me letárgico, um pouco asténico talvez.
Volto daqui a dias, horas, não sei. Se calhar daqui a apenas uns minutos. Não sei...
Um texto de Miguel Esteves Cardoso
Texto do MEC originalmente publicado no Público e "roubado" ao O Jumento
A VERDADEIRA PRESSÃO
«Se há pessoa em que acredito é em Henrique Monteiro, director do Expresso. É um jornalista sensato e engraçado, com uma saudável renúncia a qualquer relação especial com a verdade. Tolera; duvida; não tem manias. Faz parte da malta.
No PÚBLICO de anteontem o título era "Henrique Monteiro afirma que Sócrates pressionou o Expresso". Sócrates telefonou a Monteiro para lhe pedir que não publicasse um artigo acerca da licenciatura dele. Foi uma hora, descrita por Monteiro com rigor e graça como "bastante desagradável".
Também o BES se recusou a fazer publicidade no Expresso, durante ano e meio, por causa de um artigo que publicou. Foram estas "as maiores pressões" que Monteiro sofreu. Adiantando logo, com a inteligência relativista que tem, que "a verdadeira pressão é estar com uma pistola apontada à cabeça e dizerem-me: "Se publicas isso, eu dou-te um tiro"", como lhe aconteceu há 18 anos em Angola. País onde, aliás, nenhum jornalista do seu grupo ou do PÚBLICO pode entrar."
É normal que Sócrates, ele próprio, telefone ao director de um jornal. É até elogioso. É normal que o BES não queira dar dinheiro a um jornal que o prejudica. O que não é normal - e é "a verdadeira pressão" que salientou Henrique Monteiro - são as ameaças de morte.
Angola sai-se mal desta história. Os jornalistas saem-se bem (foram pressionados mas publicaram na mesma). Sócrates e o BES fizeram o que qualquer um de nós faria.
É preciso ouvir o que se diz.» [Público]
Parecer:
Por Miguel Esteves Cardoso.