Vox Populi, Vox Asinum

Voz do Povo...
Voz de Burro!
Voz de Ignaro e de Néscio!
Voz Boçal e Espúria!
Voz de Bronco!
Voz do Povo...
Voz de Cáfila demente urrando como selvagens!
Voz Estúpida e sem educação,
Voz sem Conhecimento!
Voz do Povo...
Voz Desconfiada!
Voz do Preconceito!
Voz da Ignorância!
Voz do Atrevimento!
Voz da Merda!

Hoje acordei assim

Ou talvez não, não sei...

"To be, or not to be - that is the question:
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune
Or to take arms against a sea of troubles
And by opposing end them. To die, to sleep -
No more - and by a sleep to say we end
The heartache, and the thousand natural shocks
That flesh is heir to. 'Tis a consummation
Devoutly to be wished. To die, to sleep -
To sleep - perchance to dream: ay, there's the rub,
For in that sleep of death what dreams may come
When we have shuffled off this mortal coil,
Must give us pause. There's the respect
That makes calamity of so long life.
For who would bear the whips and scorns of time,
Th' oppressor's wrong, the proud man's contumely
The pangs of despised love, the law's delay,
The insolence of office, and the spurns
That patient merit of th' unworthy takes,
When he himself might his quietus make
With a bare bodkin? Who would fardels bear,
To grunt and sweat under a weary life,
But that the dread of something after death,
The undiscovered country, from whose bourn
No traveller returns, puzzles the will,
And makes us rather bear those ills we have
Than fly to others that we know not of?
Thus conscience does make cowards of us all,
And thus the native hue of resolution
Is sicklied o'er with the pale cast of thought,
And enterprise of great pitch and moment
With this regard their currents turn awry
And lose the name of action. - Soft you now,
The fair Ophelia! - Nymph, in thy orisons
Be all my sins remembered."

Incompreensão

Juro que me escapa ao entendimento a razão porque muitas pessoas - a maioria mulheres - volta e meia esfregam as mãos vigorosamente enquanto se deslocam do ponto A para o ponto B - seja estando 40ºC à sombra ou -40ºC ao nível da relva.
Aqui no ecritório são pelo menos 4, tudo mulheres...


Aborrecimentos

Aborrecem-me epicamente a estupidez e o preconceito analfabeto e boçal. Assim como as ideias-feitas.
Encontro-os todos os dias excepto quando fico em casa ou quando estou apenas com os amigos.
Os autocarros são experiência psicossociológicas interessantes.

Aborrecem-me os fundamentalismos religiosos, doutrinários e todos os outros.
Os fundamentalistas futeboleiros são especialmente sarrazinentos, a par dos jornalistas, que na sua maioria são uns imbecis ignorantes. A maioria dos segundos escreve mal, os primeiros duvido que saibam assinar até de cruz.

Aborrece-me a trupe de putas e putos, bichas escandalosas e bichos de cobrição e os seus chulos e azeiteiros que compõem o grupo dos que são supostamente famosos, e desprezo a sua torpe pandilha de fãs que diligentemente compram toda a espécie de pasquins com os retratos (encomendados e fraudulentos) das suas vidas vazias e fúteis.
Não passam de uma vara espúria de toxicodependentes, aqueles agarrados à coca e ao viagra e seus sucedâneos, e mais às benzodiazepinas e a levar no cú e na cona em série ou em paralelo, estes agarrados às publicações em papel couché, às benzodiazepinas reais e virtuais, à televisão e mais o futebol e as novelas e caralho a trinta!

Aborrece-me a juventude padronizada, de look rebelde direitinho e politicamente correcto, agarrados às Floribellas com morangos com açucares ou adoçantes, promíscuos e lascivos, tropa fandanga de meninas e meninos levianos que o que querem é foder e beber.
“O mundo é tão giro e nós todos tão bonitos, nem sei como é possível sermos assim tipo sei lá...”

Aborrecem-me os autarcas deste país, queiram ou não queiram, são eles a base da corrupção nacional. Boçais, provincianos, parolos, quase todos, sem horizontes nem um pingo de cultura. Cegos pela ganância e toldados pela soberba, nojentos, abjectos, quase todos, independentemente da cor política.

Aborrece-me este triste país este onde a imprensa de sucesso é a imprensa futebolística com 3 diários 3, não consigo saber onde se arranja tanto que falar sobre a bola mesmo com o campeonato no defeso.
Enchem-me de asco todos os seus compradores e jornalistas semi-analfabetos. E mais os vinte e quatros horas e tais e quais. Tenho saudades do Jornal do Incrível.

Aborrecem-me os funcionários públicos e os privados e os sindicatos. E ainda me aborrecem mais o patrões, precisamos antes de empresários e não desta triste cáfila de curiosos, jeitosos e xicos-espertos, sempre a ver onde é possível passar a perna ao sistema.

Aborrece-me a justiça portuguesa lenta, balofa, obesa mórbida. Aborrecem-me os seus advogados e juízes e funcionários judiciais inoperantes, corruptos e preguiçosos – escolha uma das opções ou uma mistura em partes variáveis destas três. O país não é um país de Direito, de respeito pelas leis. É um país de providências cautelares emitidas de comarcas e juízos do raio que parta e pergunto-me a troco do quê delibera um tribunal de Bragança sobre um acontecimento em Lagos. Estamos a ser governados por um seita que nunca foi a votos e já que falo nisto porque não serem os meritíssimos eleitos pelos cidadãos?
Agora reparo que meritíssimo é muito parecido com meretriz.

Aborrece-me tanta coisa que fiquei aborrecido agora.