Anita e o Bilhete de Identidade

As aventuras da minha irmã na casa que enlouquece, descritas pela sua pena (electrónica), na terceira pessoa, porque sim:

Anita vai viajar! Que azáfama! Como a mamã ensinou, verifica a sua lista: as malas estão prontas, os bilhetes estão arrumados, o bilhete de identidade… o bilhete de identidade não está!!! E agora?

A mamã bem lhe diz que Anita é um tanto estouvada! Que aborrecimento!

Anita procura por toda a casa, revirando carteiras, despejando gavetas. Mas nada!

De repente lembra-se que foi aos correios na semana anterior. Seguramente o terá perdido nessa altura.

Agora já não pode viajar! Que maçada!

E há que tratar de tudo para poder ter os documentos o mais depressa possível. No dia seguinte terá que acordar cedinho e enfrentar as repartições públicas.

Mas desta vez lembra-se dos conselhos da mamã… vai à Internet e verifica o que tem que fazer. Terá que tirar o cartão de cidadão e também pedir um bilhete de identidade provisório. Diz lá na informação que tem que ser num sítio chamado Conservatória do Registo Civil.

Anita verifica as moradas e… que sorte! Há uma conservatória pertinho do trabalho!

De manhã, bem cedinho, põe-se a caminho. Quando chega há uma fila de 3 pessoas, o que é bom. De certeza que não vai demorar muito.

Perto da hora de abrir, os senhores velhinhos que estavam à frente revelam que estavam a guardar o lugar para a família toda, umas 10 pessoas. Não pode ser! Anita irrita-se e não deixa que a enganem!

Ainda assim, demora mais de 2 horas até ser atendida. A senhora da repartição avisa ainda outra coisa: a informação na Internet não estava bem! Afinal não se pode tirar ali o Bilhete de Identidade provisório! Mais uma chatice!

Anita sai de uma repartição para outra, que tem centenas de pessoas à espera. As distracções pagam-se caro, Anita!

Enche-se de coragem e pergunta nas informações se é mesmo necessário esperar aquelas horas todas.

Mas que sorte!!! A senhora que a atende é muito simpática e explica que não, que é mesmo ali que se tira o Bilhete de Identidade provisório, e que é naquele momento.

Quinze minutos depois, Anita tem finalmente tudo tratado e a promessa de ter novo Bilhete de Identidade daí a 2 dias!!

As palavras falham-me...

Estou um bocado desconcertado com esta cena, por outro lado é sensivelmente a meio do caminho entre a Feira e Gondomar e de um certo e particular modo faz sentido...

V.N.Gaia: I Festival Erótico Medieval

O manifesto que faz verdadeiramente sentido

Referido em alguma da blogosfera como o manifesto dos 51. Transcrevo-o como o encontrei aqui ou aqui,

"O debate deve ser centrado em prioridades: só com emprego se pode reconstruir a economia"

Estamos a atravessar uma das mais severas crises económicas globais de sempre. Na sua origem está uma combinação letal de desigualdades, de especulação financeira, de mercados mal regulados e de escassa capacidade política. A contracção da procura é agora geral e o que parece racional para cada agente económico privado – como seja adiar investimentos porque o futuro é incerto, ou dificultar o acesso ao crédito, porque a confiança escasseia – tende a gerar um resultado global desastroso.

É por isso imprescindível definir claramente as prioridades. Em Portugal, como aliás por toda a Europa e por todo o mundo, o combate ao desemprego tem de ser o objectivo central da política económica. Uma taxa de desemprego de 10% é o sinal de uma economia falhada, que custa a Portugal cerca de 21 mil milhões de euros por ano – a capacidade de produção que é desperdiçada, mais a despesa em custos de protecção social. Em cada ano, perde-se assim mais do que o total das despesas previstas para todas as grandes obras públicas nos próximos quinze anos. O desemprego é o problema. Esquecer esta dimensão é obscurecer o essencial e subestimar gravemente os riscos de uma crise social dramática.

A crise global exige responsabilidade a todos os que intervêm na esfera pública. Assim, respondemos a esta ameaça de deflação e de depressão propondo um vigoroso estímulo contracíclico, coordenado à escala europeia e global, que só pode partir dos poderes públicos. Recusamos qualquer política de facilidade ou qualquer repetição dos erros anteriores. É necessária uma nova política económica e financeira.

Nesse sentido, para além da intervenção reguladora no sistema financeiro, a estratégia pública mais eficaz assenta numa política orçamental que assuma o papel positivo da despesa e sobretudo do investimento, única forma de garantir que a procura é dinamizada e que os impactos sociais desfavoráveis da crise são minimizados. Os recursos públicos devem ser prioritariamente canalizados para projectos com impactos favoráveis no emprego, no ambiente e no reforço da coesão territorial e social: reabilitação do parque habitacional, expansão da utilização de energias renováveis, modernização da rede eléctrica, projectos de investimento em infra-estruturas de transporte úteis, com destaque para a rede ferroviária, investimentos na protecção social que combatam a pobreza e que promovam a melhoria dos serviços públicos essenciais como saúde, justiça e educação.

Desta forma, os recursos públicos servirão não só para contrariar a quebra conjuntural da procura privada, mas também abrirão um caminho para o futuro: melhores infra-estruturas e capacidades humanas, um território mais coeso e competitivo, capaz de suportar iniciativas inovadoras na área da produção de bens transaccionáveis.

Dizemo-lo com clareza porque sabemos que as dúvidas, pertinentes ou não, acerca de alguns grandes projectos podem ser instrumentalizadas para defender que o investimento público nunca é mais do que um fardo incomportável que irá recair sobre as gerações vindouras. Trata-se naturalmente de uma opinião contestável e que reflecte uma escolha político-ideológica que ganharia em ser assumida como tal, em vez de se apresentar como uma sobranceira visão definitiva, destinada a impor à sociedade uma noção unilateral e pretensamente científica.

Ao contrário dos que pretendem limitar as opções, e em nome do direito ao debate e à expressão do contraditório, parece-nos claro que as economias não podem sair espontaneamente da crise sem causar devastação económica e sofrimento social evitáveis e um lastro negativo de destruição das capacidades humanas, por via do desemprego e da fragmentação social. Consideramos que é precisamente em nome das gerações vindouras que temos de exigir um esforço internacional para sair da crise e desenvolver uma política de pleno emprego. Uma economia e uma sociedade estagnadas não serão, certamente, fonte de oportunidades futuras.

A pretexto dos desequilíbrios externos da economia portuguesa, dizem-nos que devemos esperar que a retoma venha de fora através de um aumento da procura dirigida às exportações. Propõe-se assim uma atitude passiva que corre o risco de se generalizar entre os governos, prolongando o colapso em curso das relações económicas internacionais, e mantendo em todo o caso a posição periférica da economia portuguesa.

Ora, é preciso não esquecer que as exportações de uns são sempre importações de outros. Por isso, temos de pensar sobre os nossos problemas no quadro europeu e global onde nos inserimos. A competitividade futura da economia portuguesa depende também da adopção, pelo menos à escala europeia, de mecanismos de correcção dos desequilíbrios comerciais sistemáticos de que temos sido vítimas.

Julgamos que não é possível neste momento enfrentar os problemas da economia portuguesa sem dar prioridade à resposta às dinâmicas recessivas de destruição de emprego. Esta intervenção, que passa pelo investimento público económica e socialmente útil, tem de se inscrever num movimento mais vasto de mudança das estruturas económicas que geraram a actual crise. Para isso, é indispensável uma nova abordagem da restrição orçamental europeia que seja contracíclica e que promova a convergência regional.

O governo português deve então exigir uma resposta muito mais coordenada por parte da União Europeia e dar mostras de disponibilidade para participar no esforço colectivo. Isto vale tanto para as políticas destinadas a debelar a crise como para o esforço de regulação dos fluxos económicos que é imprescindível para que ela não se repita. Precisamos de mais Europa e menos passividade no combate à crise.

Por isso, como cidadãos de diversas sensibilidades, apelamos à opinião pública para que seja exigente na escolha de respostas a esta recessão, para evitar que o sofrimento social se prolongue.


Manuel Brandão Alves, Economista, Professor Catedrático, ISEG; Carlos Bastien, Economista, Professor Associado, ISEG; Jorge Bateira, Economista, doutorando, Universidade de Manchester; Manuel Branco, Economista, Professor Associado, Universidade de Évora; João Castro Caldas, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural do Instituto Superior de Agronomia; José Castro Caldas, Economista, Investigador, Centro de Estudos Sociais; Luis Francisco Carvalho, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL; João Pinto e Castro, Economista e Gestor; Ana Narciso Costa, Economista, Professora Auxiliar, ISCTE-IUL; Pedro Costa, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL; Artur Cristóvão, Professor Catedrático, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; Álvaro Domingues, Geógrafo, Professor Associado, Faculdade da Arquitectura da Universidade do Porto; Paulo Areosa Feio, Geógrafo, Dirigente da Administração Pública; Fátima Ferreiro, Professora Auxiliar, Departamento de Economia, ISCTE-IUL; Carlos Figueiredo, Economista; Carlos Fortuna, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; André Freire, Politólogo, Professor Auxiliar, ISCTE; João Galamba, Economista, doutorando em filosofia, FCSH-UNL; Jorge Gaspar, Geógrafo, Professor Catedrático, Universidade de Lisboa; Isabel Carvalho Guerra, Socióloga, Professora Catedrática; João Guerreiro, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve; José Manuel Henriques, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL; Pedro Hespanha, Sociólogo, Professor Associado, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; João Leão, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL; António Simões Lopes, Economista, Professor Catedrático, ISEG; Margarida Chagas Lopes, Economista, Professora Auxiliar, ISEG; Raul Lopes, Economista, Professor Associado, ISCTE-IUL; Francisco Louçã, Economista, Professor Catedrático, ISEG; Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL; Tiago Mata, Historiador e Economista, Universidade de Amesterdão; Manuel Belo Moreira, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural, Instituto Superior de Agronomia; Mário Murteira, Economista, Professor Emérito, ISCTE- IUL; Vitor Neves, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; José Penedos, Gestor; Tiago Santos Pereira, Investigador, Centro de Estudos Sociais; Adriano Pimpão, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve; Alexandre Azevedo Pinto, Economista, Investigador, Faculdade de Economia da Universidade do Porto; Margarida Proença, Economista, Professora Catedrática, Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho; José Reis, Economista, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; João Rodrigues, Economista, doutorando, Universidade de Manchester; José Manuel Rolo, Economista, Investigador, Instituto de Ciências Sociais; António Romão, Economista, Professor Catedrático, ISEG-UTL; Ana Cordeiro Santos, Economista, Investigadora, Centro de Estudos Sociais; Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Carlos Santos, Economista, Professor Auxiliar, Universidade Católica Portuguesa; Pedro Nuno Santos, Economista; Mário Rui Silva, Economista, Professor Associado, Faculdade de Economia do Porto; Pedro Adão e Silva, Politólogo, ISCTE; Nuno Teles, Economista, doutorando, School of Oriental and African Studies, Universidade de Londres; João Tolda, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Jorge Vala, Psicólogo Social, Investigador; Mário Vale, Geógrafo, Professor Associado, Universidade de Lisboa.

Um dos filmes da minha vida???


I love it so much it fuckin hurts

Awsome Band is Awsome

So F*cking True.

Para pensarem no fim de semana

The choice of Manly Men!!!

Eu sempre suspeitei que os cabroezinhinhos saltitantes eram uns pândegos do caraças!

'Stoned wallabies make crop circles'

Australian wallabies are eating opium poppies and creating crop circles as they hop around "as high as a kite", a government official has said.
Lara Giddings, the attorney general for the island state of Tasmania, said the kangaroo-like marsupials were getting into poppy fields grown for medicine.
She was reporting to a parliamentary hearing on security for poppy crops.
Australia supplies about 50% of the world's legally-grown opium used to make morphine and other painkillers.
"The one interesting bit that I found recently in one of my briefs on the poppy industry was that we have a problem with wallabies entering poppy fields, getting as high as a kite and going around in circles," Lara Giddings told the hearing.
"Then they crash," she added. "We see crop circles in the poppy industry from wallabies that are high."
Rick Rockliff, a spokesman for poppy producer Tasmanian Alkaloids, said the wallaby incursions were not very common, but other animals had also been spotted in the poppy fields acting unusually.
"There have been many stories about sheep that have eaten some of the poppies after harvesting and they all walk around in circles," he added.
Retired Tasmanian poppy farmer Lyndley Chopping also said he had seen strange behaviour from wallabies in his fields.
"They would just come and eat some poppies and they would go away," he told ABC News.
"They'd come back again and they would do their circle work in the paddock."
Some people believe the mysterious circles that appear in fields in a number of countries are created by aliens. Others put them down to a human hoax.

Via A Causa Foi Modificada

BUMP! BUMP!


(I so love this kind of shiait)

Era noite de ante-véspera de S. João...

E nem um rato se ouviria... mas pelos vistos confirmou-se, ratos não foram ouvidos...

Primeiro, aí pela 22:30 chega ao parque infantil, vindos da parte de cima da urbanização, um grupo numeroso, penso que tudo família, carregado de criancinhas ululantes, bolas de futebol e adultos que me pareceram estar "com um grão na asa" (confesso que não sei se são lá moradores).

Prosseguem em grande alarido em brincadeiras aos berros e chutos nas bolas e argumentações ruidosas de que era falta; já eram quase meia-noite e não havia modo de aquela trupe ir embora ou pelo menos fazer pouco barulho.

Entretanto um vizinho providencial chamou a polícia e foi lindo o que se passou a seguir, com os adultos a berrar, coléricos, que aquilo é um espaço público e que têm o direito de fazer o que lhes apetece, a policia retorquindo no estilo "olhe que não, olhe que não, não pode fazer barulho, é uma zona residencial, é quase meia-noite, é a Lei...".

Um dos mais exaltados perguntou ao agente se sabia quem ele era, não o agente mas ele próprio, ao que o agente o informou da possibilidade de lhe dar ordem de detenção, presumo que para com mais calma proceder às inquirições necessárias para dar resposta ao confuso senhor - que padeceria de alzeimer para além de boçalidade.
Não foi necessário, a memória deve-lhe ter voltado subitamente, que essa doença tão grave da boçalidade prega destas partidas

A trupe debandou, alvoroçada e indignada, alameda acima, e regressou o sossego.

Estava eu no “primeiro sono”, ainda por cima especialmente reconfortante depois do episódio supracitado, e eis que toca um sonoro alarme, estridente e longo, não passaria das duas da manhã.
Tocou o sinal por longos e custosos minutos, incansável e imparável.
De súbito cala-se e ouvem-se vozes exaltadas, algo abafadas pelo isolamento sonoro das paredes e camufladas pelo trânsito que entretanto vai passando... presumo que fosse o proprietário do negócio protegido por tão intensa trombeta, a lembrar as do juízo final (se ainda não aconteceu como é que é possível lembrar-nos de tal?) e outros personagens de quem ignoro a identidade.

Ora regressado o sossego e retomado o sono, pela três e meia da manhã sou acordado com o alvoroço de 4 tiros, 4, e não de pequeno calibre, seguidos de sons de correria, impropérios sobre, presumo, a mãe dos visados pelo atirador. A acção demorou a boa metade de uma hora, não foram disparados mais projécteis mas o alarido era intenso e só esmoreceu com a chegada, novamente, da polícia, desta vez fazendo-se anunciar ao longe pelas sirenes – daí ter a certeza que foram tiros e que não sonhei, confirmado pela agitação que ia no prédio (há sempre valentes que vão às janelas espreitar a animação).

Enfim, animação pré-joanina...

It is, isn't it???

Thank you « insert deity » for the internet !

A Grande Verdade acerca de Marte e Vénus

A woman has a close male friend.
This means that he is probably interested in her, which is why he hangs around so much.
She sees him strictly as a friend.
This always starts out with, 'you're a great guy, but I don't like you in that way'.
This is roughly the equivalent for the guy of going to a job interview and the company saying, 'You have a great resume, you have all the qualifications we are looking for, but we're not going to hire you'.
'We will, however, use your resume as the basis for comparison for all other applicants. But, we're going to hire somebody who is far less qualified and is probably an alcoholic'.
'And if he doesn't work out, we'll hire somebody else, but still not you. In fact, we will never hire you. But we will call you from time to time to complain about the person that we hired.'


E de como eu estou absolutamente farto de ser assim tratado nos dois cenários