Diz que é uma espécie de repostagem

De um blogue que mantive e que matei por já não fazer sentido.
Inspirado e escrito em Braga, onde trabalhei, aí por 2003...

A musa do café chega, suave e sem alarido.
Senta-se a uma das mesas, com delicadeza,
Como que tocada pela Graça dos Deuses.
Ostenta em si a dignidade e o orgulho de Atena.
Traços finos e bem definidos, cabelo cor da noite
Os seus gestos são seguros mas delicados
Firmes no seu propósito, como que estudados.
Tem o olhar duro e distante, posto no infinito
Perscrutando os seus próprios pensamentos.
Enquanto espera o café, segura um cigarro
Com a elegância de uma diva de um filme noir.
Fuma pensativa, ignorando o mundo à sua volta.
Ignorando quem dela se encanta e enfeitiça…
Chega a hora de voltar para o seu mundo
E mais uma vez a vejo partir, sozinha,
Amanhã, quem sabe, terei eu o atrevimento
De a cumprimentar e prestar homenagem
A quem me alegra o meio dos dias
De ter a audácia e lhe pedir audiência
Para lhe comunicar o meu fascínio
E lhe agradecer pela sua existência
Talvez amanhã, ou num outro dia…

3 comentários:

Gema disse...

Tão bonito ;)

Björn Pål disse...

Obrigado.
Ela era de facto uma visão inspiradora.

Kukas disse...

Tão lindo, mano... devias escrever assim mais.