Opinião

A revisão da história

JOSÉ MANUEL PUREZA
publicado a 2011-10-28 às 01:05 no DN


Contas feitas, o Governo tira-me a mim e a si o subsídio de férias e o subsídio de Natal para com eles pagar os desmandos da gestão do BPN. O Orçamento do Estado para 2012 prevê um montante de 4,5 mil milhões para avales e garantias do buraco no BPN. A ele acrescem os 1800 milhões que o Orçamento de 2010 destinou a custear a cobertura das imparidades. Se necessário fosse, fica claro, de uma vez por todas, com os numerozinhos todos, que o que pesa realmente na dívida do Estado não é a educação nem a saúde mas sim a vertigem do sistema financeiro que, ao contrário da esmagadora maioria das pessoas, tem vivido irresponsavelmente acima das suas possibilidades.

Ajudado pelo amigo Estado, pois claro. A coisa é de tal ordem que a insuspeita Comissão Europeia se viu na obrigação de abrir uma investigação para saber "se o processo de venda do BPN não implica um auxílio para o comprador". Traduzido para bom português: a Comissão quer saber se o dinheiro do meu subsídio de férias e do seu subsídio de Natal é ou não usado para amaciar obstáculos ao exercício do Banco BIC, de capitais angolanos e liderado por Mira Amaral.

A sentença lavrada esta semana na cimeira de Bruxelas - que os bancos estão obrigados a uma rápida recapitalização que os ponha a salvo de impactos sísmicos à escala de todo o sistema - é um capítulo novo nesta novela em que o vilão exige que o tratem como herói. Os quatro principais bancos portugueses terão de reforçar, em oito meses, os seus capitais em 7800 milhões de euros. Até ontem, o recurso ao envelope a isso reservado pela troika era repudiado com veemência por Ricardo Espírito Santo e seus pares por nem quererem pensar na possibilidade de ver por perto a sombra do Estado como sócio. E o Governo, lesto, foi garantindo que o seu envolvimento na recapitalização dos bancos seria sempre passiva, sem a assunção de posições na respectiva gestão. O Estado dá o dinheiro que a troika lhe empresta, paga-o com os nossos impostos e garante aos bancos que não os vai incomodar nas suas decisões de gestão. Quem é amigo, quem é?

Há nisto tudo um exercício de desmemória, uma revisão da história que apavora. O BPN contaminou criminosamente a economia nacional e vai continuar a onerar cada um dos orçamentos das famílias portuguesas, privando-as de rendimentos essenciais - mas as gorduras a cortar são o meu salário e a sua pensão. Os quatro bancos mais importantes do País impuseram ao Estado a submissão diante da troika, empurrando assim a nossa economia e o rendimento de quem trabalha para o nível a que eles estavam nos anos 70 - mas o Governo jura não querer incomodar e manter-se à margem da gestão de quem esteve objectivamente na origem da nossa queda no abismo.

Só um tão geral esquecimento de como foi que chegámos aqui permite que o primeiro-ministro diga ao País, sem que isso cause escândalo social, que "só vamos sair da crise empobrecendo". Passos Coelho afecta milhares de milhões de euros dos nossos impostos, dos nossos salários, dos cortes nos nossos serviços de educação ou da saúde, ao buraco sem fundo do BPN e é a nós que diz que temos de empobrecer se queremos sair da crise. Garante aos bancos que nos empurraram para os braços da troika e aos compradores dos nossos melhores bens públicos que terão sempre o Estado a ajudá-los mas sem os incomodar, e é a nós que diz que o caminho certo é o do nosso empobrecimento. Reconstruir a história como ela realmente foi tornou-se uma ameaça para os que ganham com esta crise.

Para mais detalhes consulte: http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2086181

Isto hoje, subitamente, fez sentido

Cara d'Anjo Mau
(Jorge Palma)

Os teus olhos são cor de pólvora, o teu cabelo é o rastilho
O teu modo de andar é uma forma eficaz de atrair sarilho
A tua silhueta é um mistério da criação
E sobretudo tens cara de anjo mau 

Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é fácil cair
Quem te ensinou a ser sempre a última a rir? 

Que posso eu fazer ao ver-te acenar a ferida universal?
Que posso eu desejar ao avistar tão delicioso mar?
Que posso eu parecer quando me sinto fora de mim?
Que posso eu tentar senão ir até ao fim?

Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é facil cair
Quem te ensinou a ser sempre a última a rir?

Por ti mandava arranjar os dentes e comprava um colchão
Por ti mandava embora o gato por quem eu tenho tanta afeição
Por ti deixava de mater o dedo no meu nariz
Por ti abandonava o meu país

Cara de anjo mau, tu deitas tudo a perder
Basta um olhar teu e o chão começa a ceder
Cara de anjo mau, contigo é facil cair

Quem te ensinou a ser sempre a última a rir?

Subscrevo e sei-o por experiência

As elites do PSD só conhecem a difamação e a calúnia como arma política. A difamação e a calúnia atraem canalhas, broncos e patarecos.

Valupi, no Aspirina B

outra Verdade

Os que agora responsabilizam o anterior Governo pela actual situação económica do País, o que teriam feito em 2008 e 2009 para fazer face à crise internacional? Nada.
Nessa altura, tempos de pânico, convém lembrar, em que se temia o pior para a economia mundial, de tal forma que as instituições europeias autorizaram e incentivaram os Estados membros, incluindo Portugal, a adoptarem medidas para reduzir os efeitos da crise, e consequentemente a aumentarem os respectivos défices, se PSD e CDS estivessem no Governo teriam mandado os senhores dar uma volta. Por cá, ao contrário do que sucedeu nos outros países, contra tudo e contra todos, não se teriam adoptado quaisquer medidas de apoio às empresas e às famílias. Previdentes como são e adivinhando o que ainda ninguém adivinhava para 2010, teriam dado logo início aos planos de austeridade. Remando contra a maré, e orgulhosamente sós, teriam cortado nos salários, reduzido as prestações sociais, aumentado os impostos, os transportes e por aí fora. Apesar de fazerem sempre questão de ser os bons alunos da Europa, nessa altura, teriam mandado os professores à fava e as medidas de combate à crise às urtigas. Provavelmente, entre outras coisas, até lhes chamariam criminosos.
E, claro, o BPN teria falido, o Alberto João teria sido impedido de gastar à maluca e até os submarinos seriam devolvidos à procedência.
É isto, não é?

(ainda no Aspirina B, por guida)

a Verdade

Modernização, inovação, ciência, tecnologia, são alguns exemplos de palavras que, desde que este Governo tomou posse, não podem ser proferidas, seja em que situação for. Estão contaminadas com o vírus socrático, se algum dos actuais governantes as pronunciar corre o risco de se engasgar e cair redondo no chão. O Governo não quer cá nada disso, não está minimamente interessado em passar a imagem de um país moderno, que investe em ciência e que, por exemplo, compete com os melhores na exportação de tecnologia. Não senhor, o que este Governo quer é que volte tudo ao normal, um país pequenino, pobrezinho, atrasadinho, que a única coisa que tem para oferecer a quem queira cá investir é mão-de-obra desqualificada e cada vez mais barata.
Nem percebo os que se queixam da falta de medidas para dinamizar a economia e promover o crescimento, ainda não perceberam que a estratégia do Governo é não fazer nada, é simplesmente esperar que o tempo apague da memória de todos, e se possível para sempre, estas palavras.
Depois, sim, aparecerão os bons negócios.


(no Aspirina B, por guida)

Um grande, grande artigo, no aspirina B

O Rodrigo Moita de Deus faz aqui uma pergunta pertinente. Ora, claro que este orçamento, com os seus cortes muito para além do necessário, não advém de nenhuma necessidade psicológica de ser odiado, ou de sadismo. É apenas frieza calculista.

Numa esquerda em estado de choque, tenho visto dois tipos de explicações para este comportamento. A primeira, é que já sabem que existem mais despesas ocultas da responsabilidade do PSD, ou que a dívida da Madeira é muito maior do que sabemos, e estão já a preparar o terreno para lidar com essas despesas ao mesmo tempo que dão a entender que seriam ocultações do PS. É uma teoria válida, e que não descarto. A segunda, até mais habitual, explica isto com “ideologias” (a esquerda gosta muito de explicar tudo com ideologias). A ideia seria então “destruir” a economia e o país para poderem impor então a sua ideologia “neo-liberal”, cortar os direitos dos trabalhadores, acabar com o estado social, entregar tudo aos grandes interesses económicos, etc, etc.
Aqui, vão desculpar, mas não me façam rir. “Ideologias” nas mentes do PSD? Naqueles broncos que não fazem outra coisa do que aspirar a viver sob a protecção do estado e respectivos subsídios, de preferência encapotados? Só podem estar a brincar. O PSD de Passos falou muito de “liberalismo”, sem dúvida , mas sabemos perfeitamente que, como tudo o que diz, não passou de conversa para enganar tolos.

Para compreender a estratégia, creio que temos que descer a um nível mais básico da política: a manutenção do poder. O governo foi eleito em 2011, tem maioria absoluta e um presidente da mesma cor politica que tem mandato até 2016 , o que significa que só haverá novas eleições em 2015. Ou seja, trocado por miúdos, o orçamento que conta para a reeleição é o de 2014.
Sendo assim, e sabendo que o reajustamento da economia – que tem agora de ser feito desta maneira, uma vez que a direita forçou a vinda da troika – é um processo de muitos anos, havia dois caminhos: o “suave”, negociado por Sócrates, que procura reduzir a despesa tentando provocar menos estragos na economia (isto, claro, dentro da lógica sempre destrutiva da troika), mas que não daria margem para benesses durante um longo período, ou o segundo caminho, agora escolhido – fazer os cortes à bruta em dois anos apenas, marimbar-se para a economia e o sofrimento, ignorar equilíbrios delicados, aceitar a recessão, culpar e diabolizar o governo anterior, para com isto tentar ter margem de manobra para em 2014 poder repor alguma coisa e apresentar algum crescimento. Esta é a verdadeira “almofada” de Gaspar. Sabendo que após uma queda na economia muito superior à necessária ela voltará necessariamente a crescer, sobretudo se for entretanto implementado um programa de investimento europeu para a recuperação económica, permitindo ao PM recolher os louros e afirmar, como afirmará, que é a prova que o caminho foi duro mas estava correcto. Sem que ninguém se aperceba que é mais fácil subir de 10 do que tentar não baixar dos 20 e crescer a partir daí. É a lógica do negociador, levada ao limite – faço-os perder 50, para ficarem agradecidos quando devolver 20. Assim nem se lembram que perderam 30.
Para quem elogia a “coragem” de Passos, relembro que coragem a sério seria implementar medidas que procurassem salvaguardar o mais possível a economia e as pessoas, mas que durariam mais anos – até às eleições, provavelmente para além delas – e seriam sempre impopulares, pondo em risco a reeleição. Isto que se quer fazer não é coragem, é apenas calculismo.

Por isso, ideologia nenhuma, lamento. Sabemos perfeitamente, e a história confirma-o, que se Passos e o PSD  pudessem aumentar o défice até aos 10% apenas em benesses e auto-estradas era o que fariam. Mas não podem, porque estão sob supervisão e com o crédito cortado. O orçamento de 2012, e provavelmente o de 2013, não passa de puro cinismo e lógica de poder, indiferentes à sorte dos cidadãos. Exactamente o mesmo pensamento que levou ao chumbo do PEC IV.

Esta parece-me ser a estratégia. E, tenho pena de reconhecê-lo, com alguma sorte é bem provável que funcione.

Palavras de um (outro) Canalha

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=513365

Palavras de (mais) um Canalha

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=513339

A ignorância e a putaria foram que os lá pôs...

Pedro Lains, hoje, no Jornal de Negócios:
Afinal, Portugal não é a Grécia. É o Chile. De há 30 anos. Não vamos apenas recuar no rendimento per capita, mas também na História, na integração europeia e, seguramente, na qualidade da democracia. Em prol de quê? - Em prol de uma fé. E a troco de quê? - A troco de uma mão cheia de nada.(...)

Nos anos 1980, um grupo de rapazes de Chicago entrou pela ditadura chilena adentro e "cortou com o passado", fazendo um "ajustamento profundo". Os pormenores não cabem aqui, mas quatro questões importantes cabem: o país era então uma ditadura; não estava integrado num espaço económico e monetário alargado; havia uma enorme taxa de inflação; e os mercados internacionais não estavam de rastos. E o desemprego subiu a perto de 25%, sem subsídios, claro, que isso é para os preguiçosos.
Nota: O Negócios é um dos poucos jornais onde hoje se lê alguma opinião de facto independente.



1000


e ao milésimo post anuncio que sou, desde ontem, tio.

:D

Uma crónica interessante sobre o mais abjecto político desde o 25 de Abril.

No jornal i, que, não obstante esta crónica, não recomendo a ninguém.
EDITORIAL

O sorriso das vacas

por Ana Sá Lopes, Publicado em 22 de Setembro de 2011

Cavaco foi obrigado a reagir ao caso da Madeira nos Açores, o pior lugar de todos
Cavaco Silva desistiu de se incomodar com Jardim, como se fosse coisa que não valesse a pena, e liderou nos últimos anos, enquanto suprema figura do Estado, o temor reverencial com que os órgãos de soberania se renderam desde sempre à Madeira. Desistiu: se dissesse qualquer coisinha passaria, no mínimo, de imediato a "Sr. Silva" e não esteve para se sujeitar ao terrorismo verbal de Jardim. Cavaco Silva não viu mas nem quis ver. Os problemas de endividamento eram únicos e direccionados: os contraídos pelo odiado governo Sócrates. Cavaco Silva "alertou" - como gosta de dizer - para o supremo endividamento do Estado nos últimos anos. Não "alertou" para o supremo endividamento da Região Autónoma da Madeira nas últimas décadas. Criou um cisma institucional por causa de um obscuro Estatuto Administrativo dos Açores, uma embrulhada de difícil entendimento para o cidadão comum. Mas tentou passar despercebido aos olhos do Governo Regional dos Açores, por muito que o Tribunal de Contas lá fosse fazendo as suas denúncias periódicas.

À luz do que foi a relação do Presidente da República com cada uma das regiões autónomas, é quase doloroso assistir ao cumprimento da obrigação de Cavaco Silva, que, em plena visita ao território liderado pelo seu arqui-inimigo Carlos César, tem de reagir ao que se está a passar na Madeira. César está manifestamente a gozar o prato, com laivos de sadismo político. Não se inibiu de mostrar como a visita presidencial lhe é, senão desagradável, pelo menos indiferente, e, muito pior, procurou co-responsabilizar o Presidente da República pelo "buraco" na Madeira, ao afirmar ontem que a "situação era conhecida pelo menos do ponto de vista da intuição" dos "principais responsáveis políticos". A intuição é uma coisa, a responsabilidade outra. No entanto, ao contrário do obtuso Estatuto dos Açores, a descoberta do buraco nas contas da Madeira não valeu agora sequer uma missa televisiva. Gerir a situação da Madeira nos Açores é de uma dificuldade tão grande que resta a Cavaco dizer que os "tempos que atravessamos são de dificuldades e devem ser tempos de coesão, não tempos de divisão ou de querelas estéreis". É a única reacção possível ao azar de uma visita presidencial feita ao lugar errado no momento mais azarado da saison política. Que mais pode fazer Cavaco senão "reparar no sorriso das vacas, que estavam satisfeitíssimas, olhando para o pasto"? Por estes dias sombrios, as vacas serão, das criaturas vivas, talvez as mais satisfeitas que há em território nacional. Além de César, o sádico, claro.

Pinóquio Passos Coelho, O Aldrabão Compulsivo

Passos a passos

Por Fernanda Câncio, no DN

"Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução."

"Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."

"Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias."

"Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou."

"Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."

"O pior que pode acontecer a Portugal neste momento é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa."

"Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos."

"Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos."

"Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."

"Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado."

"Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."

"O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando."

"Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa."

"Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas."

"Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português."

"A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento."

"A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos."

"Não aceitaremos chantagens de estabilidade, não aceitamos o clima emocional de que quem não está caladinho não é patriota"

"O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento."

"Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."

"Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?"

Conta de Twitter de Passos Coelho (@passoscoelho), iniciada a 6 de Março de 2010. Os tuites aqui transcritos foram publicados entre Março de 2010 e Junho de 2011 (Esta nota final foi rectificada às 19.30 de sexta-feira, 2 de Setembro)

I am Jack's indisposition with humanity

Clubbing comes to my mind and not in the sense of going out to dance to various and specific places and or venues.

Um triste palhaço ganancioso, este Mário Nogueira

“São imposições da Troika.” (suspiro) parece desabafar agora, resignado, Mário Nogueira, este cordeirinho.

Se dúvidas ainda houvesse de que as lutas organizadas pela FENPROF no governo anterior eram mera guerrilha política contra o PS servindo-se do descontentamento dos professores com as novas exigências, estas palavras de Mário Nogueira ao Expresso de hoje (sem link, sorry) desfazem-nas completamente, sendo muito elucidativas.

“Cada um tem o seu estilo. Lurdes Rodrigues era duríssima, de difícil relação nas reuniões [já Mário Nog. era de uma afabilidade que comovia...]. Com Isabel Alçada não havia qualquer problema de relacionamento, mas percebia-se que era extremamente frágil do ponto de vista político [Ah, esta já estava a prazo]. Agora há uma coisa que temos a certeza, é que cada vez mais as ideias estão condicionadas às regras da troika [Jura!]. Eu não sei se este ministro acha bem fazer mega-agrupamentos, presumo até que não, mas o certo é que já anunciou que vai fazer mais. As políticas hoje são impostas por fora.”

Ai são? Que conformismo, que conformismo, senhores. Em que acreditava, em que acredita este homem afinal? Até me faz pena, porque suspeito que seja no regresso do PS ao poder para olear de novo as espingardas!
Como se conclui claramente, estes comunas adoram ter cá a troika. Não são mesmo umas crianças? Com gente desta, como podemos indignar-nos que venham aí uns alemães puxar-nos as orelhas e obrigar-nos a ajoelhar, ameaçando com a cana?

Uma última nota:
Depois de tanta azáfama, o que conseguiu o PCP com o seu sindicalista? Que os professores votassem maciçamente no PSD. Missão cumprida, portanto.

Via ASPIRINA B